quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O verão exige cuidados durante a prática de atividade física


O verão exige cuidados durante a prática de atividade física. Se a temperatura corporal subir demais pode haver encrenca: cãibra, fraqueza, tontura e desmaio. Fazendo a coisa certa, nada disso acontece.Pingar de suor significa que o corpo luta para manter seus 37 graus Celsius de praxe. A molhadeira nada mais é do que uma estratégia do organismo para resfriar a pele e, assim, impedir que a temperatura vá às alturas. É por isso que durante o exercício, quando cerca de 75% da energia produzida com os movimentos se transforma em calor, a camisa tende a ficar encharcada. Depois de uma hora de atividade moderada sob o sol, chega-se a perder 1 litro e meio de água. Praticar exercícios quando o clima está quente exige mais do sistema de refrigeração corporal — o que pode ser perigoso. “O organismo passa a produzir cada vez mais suor. Isso diminui o volume do plasma sangüíneo, comprometendo não apenas o mecanismo de perda de calor, mas também o sistema cardiovascular e a própria capacidade de realizar exercícios”, Cãibra, fadiga, tontura e desmaio são sinais de que a temperatura do corpo está passando do ponto.Ignorá-los é bastante arriscado. O organismo pode sofrer hipertermia — ir muito além dos 39° C e parar de funcionar. “Quanto menos condicionada a pessoa estiver, mais rápido os sintomas aparecerão”. Por isso, se você não está acostumado a malhar, não invente de patinar no calçadão, correr na areia ou fazer trekking em pleno meio-dia sem antes se preparar. E, mesmo que seja fã antigo de exercícios, maneire no verão.As estratégias para o calor e se exercitar numa boaPara evitar problemas ao malhar no calor do verão, a primeira medida é diminuir o ritmo. “A intensidade e a duração da atividade física devem ser menores”, aconselha o fisiologista Paulo Zogaib, do Centro de Medicina Preventiva e do Esporte do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Fuja, claro, dos horários mais quentes do dia, com sol a pino. Outro cuidado importantíssimo é a hidratação, que precisa ser feita antes, durante e depois do exercício.“O certo é beber água mesmo sem sentir sede”. Tenha como referência a orientação médica: tomar cerca de 300 mililitros de água (um copo grande) a cada 20 minutos de atividade física. Assim, você repõe o líquido e os sais minerais perdidos durante a transpiração. Daí é mais difícil sofrer cãibras, visão turva e mal-estar.Quem preferir pode tomar bebidas isotônicas, mas sem achar que, por causa disso, estará mais protegido. “Só os atletas têm benefícios trocando a água por esses preparados”, desmistifica. E, claro, nunca é demais avisar que a cerveja, tão querida pelos brasileiros no verão, não serve para reidratar o corpo. “A ação diurética da bebida faz com que a pessoa perca mais líquidos do que ingeriu, piorando o quadro”.

Quem pratica atividade física na piscina sofre menos desconforto, desde que não entre na água aquecida — um risco e tanto. “Em poucos minutos a pessoa pode ter hipertermia, pois a troca de calor com a água é quatro vezes mais rápida do que com o ar”. Já procurar espaços ventilados para se exercitar ajuda — e muito. “O contato com o ar mais frio resfria a pele”. Um parque cheio de árvores, com vento e sombra de sobra, é o cenário perfeito para mexer o corpo na época mais quente do ano.Com que roupa?Tirar a camisa para malhar não alivia o calor. “A radiação do sol direto na pele esquenta ainda mais”. Não é à toa que jogar vôlei na praia apenas de sunga ou biquíni cansa um bocado. Para se proteger, o ideal é usar roupas claras — elas refletem os raios solares — e leves. Se o calor for muito intenso, vale molhar com água uma camiseta de algodão. Outra opção é vestir um daqueles tecidos hi-tech com mecanismos que facilitam a transpiração. “Alguns têm furinhos em formato de cone que auxiliam na evaporação do suor”.

Além dos limites de segurançaO que pode acontecer se você não tomar cuidado ao se exercitar no calor• CãibrasA perda de sais minerais na transpiração perturba o chamado equilíbrio eletrolítico, que garante o bom funcionamento dos músculos. Daí surgem os espasmos, mais freqüentes no abdômen e na panturrilha (batata da perna).• SíncopeNa falta de bons goles de água ou suco para reforçar a hidratação, o volume de sangue diminui. A pressão arterial cai, gerando fraqueza generalizada, tontura, palidez e desmaio.• ExaustãoSe o volume sangüíneo cai demais, o sistema cardiovascular não consegue garantir o fluxo de sangue para todo o corpo e entra em pane. As células em geral ficam desidratadas, o que provoca descoordenação, vertigem, dor de cabeça, náuseas e vômito.• Choque térmicoSe a desidratação é intensa, o suor diminui e a pele fica seca e quente. A temperatura ultrapassa os 39° C e danifica os mecanismos termorreguladores. Há risco de morte.Primeiros socorrosO que fazer para brecar o processo de hipertermia• Remova a pessoa para a sombra ou para um local com ar refrigerado;• Retire as roupas e resfrie o corpo dela com ventilador ou compressas de água gelada, começando pela cabeça;• Se a pessoa estiver lúcida, force-a a ingerir água, soro caseiro ou suco de frutas;• Mantenha os pés elevados acima da cabeça;• Não use antitérmicos;• Monitore a temperatura. Se estiver acima dos 39° C, é hora de correr para o hospital.Problemas são maiores em lugares úmidosO ideal é deixar o organismo se acostumar ao ambiente antes de começar a se exercitar. Além da temperatura, o corpo precisa se acostumar à umidade relativa do ar, que varia de cidade para cidade. “Ambientes muito úmidos dificultam a evaporação do suor”, esclarece o fisiologista Luiz Oswaldo Rodrigues, da Universidade Federal de Minas Gerais. Resultado: mesmo com o rosto molhado, a pessoa não consegue abaixar a temperatura corporal. Em locais muito secos, também há riscos, pois a perda de água é extremamente rápida. Daí a importância da aclimatação — deixar o corpo se acostumar com essas variáveis antes de partir para a ação. “Durante viagens, é bom esperar uns três dias para retomar a rotina de exercícios”, indica Rodrigues. Segundo dados do Ministério da Agricultura, o Pará é o estado mais quente e úmido do país. O campeão da secura é o Ceará. Apesar do calor, o Rio de Janeiro costuma ter umidade na medida certa.Os mecanismos para esfriar o corpoEntenda como o organismo reage diante do calorão• SuorO hipotálamo, região do sistema nervoso, estimula as glândulas sudoríparas a retirar água e sais minerais do plasma sangüíneo para jogá-los na pele através dos poros. Ao entrar em contato com a pele quente, o suor se evapora, o que ajuda a dissipar o calor. Por isso, se você enxugar o suor, impedindo que haja a evaporação, vai continuar esquentando.• VasodilataçãoHá sensores de temperatura por toda a pele. Eles avisam ao cérebro que o corpo está aquecido. Ao receber essa mensagem, o hipotálamo aumenta o fluxo sangüíneo nas regiões superficiais do corpo para que o sangue se resfrie — é por isso que o rosto fica avermelhado. Daí, mais fresco, o sangue circula pelo organismo ajudando a abaixar sua temperatura.


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